ATA DA QUINTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 16-01-2013.

 


Aos dezesseis dias do mês de janeiro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Any Ortiz, Clàudio Janta, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Mario Fraga, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol e Sofia Cavedon, titulares. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Fernanda Melchionna e Waldir Canal, titulares, e Delegado Cleiton, não titular. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios s/nº, da Câmara dos Deputados, emitidos nos dias vinte e nove de novembro do ano de dois mil e onze e doze de dezembro do ano de dois mil e doze. Durante a Reunião, deixaram de ser votadas as Atas da Primeira, Segunda, Terceira e Quarta Reuniões Ordinárias. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Any Ortiz, Clàudio Janta, João Carlos Nedel, Reginaldo Pujol, Alberto Kopittke, Mario Fraga, Sofia Cavedon, Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna e Paulinho Motorista. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Reginaldo Pujol, Clàudio Janta, Alberto Kopittke, Sofia Cavedon, Mario Fraga e Waldir Canal. Na ocasião, foram apregoados Comunicados informando substituições na titularidade da Comissão Representativa, nas reuniões do dia de hoje ao dia trinta e um de janeiro do corrente, nos termos do artigo 83, parágrafo único, do Regimento: de autoria da vereadora Fernanda Melchionna, Vice-Líder da Bancada do PSOL, informando que Sua Senhoria substituirá o vereador Pedro Ruas; e de autoria do vereador Alceu Brasinha, Vice-Líder da Bancada do PTB, informando que Sua Senhoria substituirá o vereador Cassio Trogildo e que o vereador Paulo Brum substituirá o vereador Elizandro Sabino. Às onze horas e quatorze minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Dr. Thiago, Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol e Mario Fraga e secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pela senhora 1ª Secretária e pelo senhor Presidente.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. ANY ORTIZ: Bom-dia a todos. Colegas Vereadores e Vereadoras, eu me sinto muito honrada em estar aqui na tribuna pela primeira vez me dirigindo aos colegas e ao público presente. Esta data é muito importante para mim e significa muito, principalmente pelo início de uma jornada que será pautada pela busca de soluções voltadas para o bem-estar da nossa população. Também aproveito este momento para me colocar à disposição de todos os Vereadores aqui presentes, sem distinção de Partido, e espero ter a parceria e colaboração dos colegas, para que possamos, juntos, projetar uma cidade cada vez melhor. Tenho consciência de que é preciso estarmos afinados para ter mais força e de que essa afinação nunca deve esquecer de incluir o povo como agente fundamental da transformação. Foi sempre assim que eu trabalhei, e vai continuar sendo assim: buscando o diálogo junto às comunidades.

Quero aproveitar a oportunidade para agradecer a todas as comunidades que estiveram comigo junto a esse processo eleitoral. A minha responsabilidade sempre foi com todos e é para isso que eu vou trabalhar incansavelmente. Vale salientar também que o PPS está neste Governo desde o princípio, trabalhando por projetos e sempre respeitando a Prefeitura de Porto Alegre. Agradeço também a manifestação de carinho dos colegas Vereadores, em plenárias anteriores, homenageando a todas nós, Sofia, Vereadoras desta Câmara, que estamos nesta Legislatura em número recorde, e isso nos enche orgulho, porque cada vez mais o lugar das mulheres também é na política. Meu gabinete está sofrendo algumas modificações, assim como acredito que muitos outros aqui, mas a minha equipe já está trabalhando. E eu quero dizer para todos vocês que as nossas portas estão abertas para receber todos. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Bem-vinda, Any! Parabéns, um excelente mandato!

O Ver. Clàudio Janta está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Bom-dia, Sra. Presidente, Sofia Cavedon; bom-dia, Vereadores, Vereadoras; bom-dia ao povo que nos assiste pela TVCâmara e também aqui na nossa Casa. Eu venho trazer um abraço da população de Quaraí, onde estive há dois dias como dirigente sindical, a pedido do Presidente, para representar esta Casa. Há um frentão de vários Partidos, o Prefeito Ricardo Gadret, do PTB, manda um abraço a toda a Bancada do PTB e o Vice, Mauro, do PT, também manda um abraço a todos nós. Lá se vê uma composição de todos os Partidos buscando o desenvolvimento do Município de Quaraí, principalmente da Região da Fronteira Oeste.

Nós aproveitamos para dizer que, na sexta-feira, o Rio Grande do Sul recebeu a visita do Ministro da Pesca, e o convênio assinado entre o Ministério e as colônias de pescadores irá beneficiar, no nosso Estado, mais de 330 mil famílias. Elas já são beneficiadas com o seguro da pesca, mas também serão beneficiadas com um novo investimento que virá para os nossos pescadores, principalmente os da Ilha da Pintada, que poderão adquirir motores para seus barcos, melhorar a sua infraestrutura de pesca, acrescentar valor ao seu produto, fugindo assim dos atravessadores, o que vem acontecendo em todo Brasil e aqui no nosso Estado, beneficiando os pescadores da nossa Cidade, da Região Metropolitana, onde estão mais de 1.400 pessoas que vivem da pesca, que sustentam as suas famílias com a pesca. Apesar do alto índice de poluição que há nos nossos rios, do alto índice de dificuldade que essas pessoas têm de levar o seu produto aos entrepostos, ainda há esse número significativo de pessoas vivendo da pesca, vivendo dos nossos rios. E o Ministério da Pesca destina o valor de R$ 4,1 bilhões em todo o Brasil, que serão investidos para melhorar a vida desses trabalhadores que vivem da pesca. Então, nós usamos esta tribuna, hoje, para falar sobre esses assuntos e também para agradecer por mais uma semana de trabalho e desejar que todos nós sigamos em frente com força e fé, legislando a favor do povo de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sra. Presidente, Ver.ª Sofia Cavedon; Vereadores e Vereadoras, gostei muito da fala do Ver. Janta, que veio nos comunicar sobre este convênio entre pescadores e Ministério da Pesca. Eu estive lá, mas não pude aguardar o Ministro, que chegou uma hora e meia atrasado e tínhamos outros compromissos. No entanto, eu gostaria muito de realizar um sonho que tenho de repovoar de peixes o nosso lago Guaíba. Porque assim, Ver.ª Any, nós daríamos, realmente, uma oportunidade maior de renda aos pescadores e também ao turismo, Ver. Janta, pois poderíamos realizar aqui importantes campeonatos de pesca – atividade que atrai pescadores de todo o mundo –, aproveitando que Porto Alegre tem uma característica especial que é o nosso lago Guaíba.

Ontem, estive lá no bairro Rubem Berta, na Av. João Ferreira Jardim, com a comunidade que está muito preocupada com as tentativas de invasões que têm ocorrido na região. Junto à Av. João Ferreira Jardim, houve, no domingo passado, uma tentativa de invasão, porém a Brigada Militar estava atenta, a Prefeitura também, e foi impedida essa invasão, mas os moradores estão extremamente preocupados, porque esse assunto tem trazido prejuízos à comunidade de Porto Alegre.

Porto Alegre tem hoje, Ver. Alceu Brasinha, 850 vilas irregulares. Dessas 850, aproximadamente a metade é resultado de loteamentos irregulares e incompletos; o loteador vende o terreno, mas não cumpre as exigências das leis que regulam os loteamentos. No entanto, as outras 400, Ver. Alceu Brasinha, são oriundas de invasões. Temos muitas dificuldades para regularizar essas vilas, pois as pessoas invadem, não deixam espaço adequado, não há ruas, só formam becos, e depois ocorrem problemas sérios, pois ainda fazem ligações indevidas de água e de energia também. Claro que são pessoas humanas, e nós temos que dar atenção, mas acho que passou a época de isso acontecer.

Também estive em contato com o Secretário do Turismo, e quero aqui dizer que estamos, Ver. Reginaldo Pujol, reinstalando a Frente Parlamentar do Turismo, assim, convido os Vereadores a participarem dessa Frente Parlamentar para, juntos e conjuntamente, trabalharmos pelo turismo em Porto Alegre. Muito se fala que Porto Alegre tem vocação turística, mas essa vocação não tem se concretizado. Esperamos que, com a Frente Parlamentar possamos ajudar fortemente Porto Alegre a se tornar realmente uma cidade turística.

 

O Sr. Cláudio Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acho importantíssimo esta Casa discutir isso porque turismo não é só trazer as pessoas, nós precisamos que os nossos museus fiquem abertos, precisamos investir muito em turismo, muito mesmo. O nosso Município precisa investir muito em turismo. Agora principalmente temos que discutir com a ANAC, ou seja lá com quem for, a questão de vir para Porto Alegre. Hoje não se consegue sair de Porto Alegre nem vir para Porto Alegre em função das restrições de horários de voos. Acho importantíssimo esta Casa fazer esse encaminhamento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Realmente, o grande beneficiado, o grande turista de Porto Alegre é o cidadão, é a população de Porto Alegre fazer turismo na sua cidade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo a substituição do titular da Comissão Representativa Ver. Pedro Ruas pela Ver.ª Fernanda Melchionna, nos dias 16, 17, 23, 24, 30 e 31 de janeiro de 2013, conforme art. 83, parágrafo único do Regimento.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; o Ver. Nedel traz à tribuna dois assuntos de grande relevância, como bem acentuou o Vereador que lhe ofereceu o aparte final, Ver. Janta, especialmente no que diz respeito à regularização fundiária, que já foi inclusive objeto da nossa primeira intervenção nesta Legislatura aqui na Casa, quando anunciamos até como uma prioridade no nosso trabalho, inclusive nos propondo, e o Ver. Janta já se solidarizou conosco, de organizar uma comissão especial que englobe várias comissões temáticas no sentido de ver esse assunto na sua plenitude. A análise feita pelo Ver. Nedel é correta, mas tem uma história atrás dela: nós temos erros da política governamental no Município de Porto Alegre, que, durante longos anos, só trabalhou em cima de emergência, fazendo com que se transformasse em uma prática até “aceitável“ de as pessoas promoverem invasão de áreas, Ver. Nedel, para, após, forçarem o Poder Público ao trabalho da regularização. Inexistia outra forma de acesso a terra, em Porto Alegre, das camadas menos favorecidas senão esse gesto de desespero, que foi objeto de exploração indecorosa por parte de determinados grupos e pessoas – muitas das quais inclusive formaram verdadeiras empresas especializadas em invasão de terras e em obtenção de resultados econômicos financeiros para si. Acho que este assunto tem que ser aprofundado aqui na Casa de forma a se buscar uma análise em todos os aspectos, até mesmo em algo que é uma verdadeira bandeira do Governo Federal, que é o Projeto Minha Casa, Minha Vida, e eu sustento que, ao menos aqui em Porto Alegre, ele está longe de alcançar os seus objetivos, porque a maioria das residências que são construídas não o é para a população mais necessitada, aquela que é com frequência enganada por loteadores irregulares que acabam lhe vendendo “lotes”, Ver. Janta, que depois eles não vão conseguir regularizar sequer a posse, quem dirá a propriedade.

Hoje, pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, nós teremos, no máximo, Ver. Sabino, ao longo do tempo, a regularização de uma posse, porque não há transferência da propriedade no final, pelo menos no contrato que hoje é apresentado, que é um verdadeiro segredo. Eu várias vezes reclamei, até do próprio DEMHAB, que me mandasse uma cópia do contrato e, até hoje, nunca chegou aqui na Casa uma cópia desse contrato. Os que eu conheço é porque fui conhecer na posse de alguns participantes do Programa, e isso nos leva, Ver. Janta, a conclusão seguinte: estamos mais uma vez diante do chamado aluguel perpétuo em que a pessoa adquire uma posse, por vezes até posse mansa e pacífica, mas não deixa de ser posse – propriedade propriamente dita não acontece.

Aliás, Ver. Janta, eu hoje tenho que me dirigir a V. Exa., objetivamente, porque li aqui, no Jornal do Comércio, e me preocupei muito, sobre uma pendenga que existe entre a CUT e a Força Sindical a respeito do Fórum Social Temático e fiquei deveras assustado, porque parece, pelo menos, pela manifestação da CUT, que pessoas que não têm tradição no Fórum estão entrando na organização do Fórum. Ora, eu quero dizer muito sinceramente que eu votei a favor de se oficializar o final do mês de janeiro como um período dedicado ao Fórum.

Solicito à Presidente autorização para falar em Comunicações.

 

O SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Havendo anuência de todos os presentes, o Ver. Reginaldo Pujol, a partir deste momento, passa a falar em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradecendo, avanço no assunto dizendo que pessoalmente nunca participei de nenhum Fórum Social, porque sempre achei que ele representava uma corrente de pensamento excludente. Este ano, eu estava até tentado a fazer uma experiência e participar de alguma coisa, mas, diante dessa manifestação, vejo que minhas cautelas são absolutamente seguras. Há uma declaração expressa do líder da CUT impugnando a realização, a forma como o Fórum Social está sendo preparado, dizendo que o mesmo não corresponde à tradição de um viés esquerdista, e, como eu não sou esquerdista, eu estou excluído desse Fórum Social ou de qualquer outro Fórum que se realize, na opinião do ilustre dirigente da CUT, que reclama que a Força Sindical tomou conta do Fórum Social , porque o representante, o líder da coordenação é da Força Sindical. Então, eu estou, objetivamente, Ver. Janta, chamando V. Exa. para este debate, porque acho oportuno que se faça, porque eu sou um homem de posição – V. Exa. me conhece, ninguém desconhece na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que eu sou um liberal, sou declarado! Agora, a minha postura liberal me autoriza e me impõe determinados procedimentos, como foi o de aceitar a proposta do Executivo do ano passado de destinar o período final do mês de janeiro de cada ano à realização do Fórum Social. Eu, que nunca fui participante do Fórum, sei que realmente estava correta a posição, a grande maioria da Cidade apoia, aplaude e quer ver a realização do Fórum Social aqui em Porto Alegre. Quanto menos excludente ele for, mais forte ele ficará. Eu estou confessando lisamente que tinha ideia... Declarei isto, inclusive, ao Vice-Prefeito Sebastião Melo, que sempre foi um partidário do Fórum Social: “Vereador, este ano eu vou comparecer a algumas reuniões, para ver como é que a coisa procede, quem sabe eu estou equivocado?”. Agora, eu fico com medo; diante dessa manifestação, eu, que não sou da esquerda, estou fora! Excluem-me automaticamente disso. Então, obviamente, eu acho que a Coordenação do Fórum, os Dirigentes da Força Sindical, os integrantes da Comissão... Acho oportuno – até porque eu quero ver este Fórum com sucesso – que se examine com mais profundidade esta situação e passe-se uma palavra mais esclarecedora para aquelas pessoas que, eventualmente como eu, possam estar cogitando de, timidamente, humildemente, modestamente, ter algum tipo de participação neste Fórum, que vai se realizar aqui na Usina de Porto Alegre no final do mês de janeiro. Era isso, Vereadora Presidente.

Da mesma forma que o pronunciamento do Ver. Nedel, que foi muito rico nesse aspecto da regularização fundiária, acho também – e eu sou integrante da Frente Parlamentar do Turismo aqui na Casa – que é importante a ação deste Legislativo no sentido de criar condições objetivas para termos um turismo permanente aqui na Cidade, como dizia V. Exa., Ver. Nedel, que não seja só o que hoje ocorre, muita viagem para fora do País, muita queima de divisas, mas um bom turismo receptivo que faça com que as pessoas gostem mais ainda de vir aqui, de estar conosco aqui no Rio Grande do Sul, aqui em Porto Alegre principalmente, e serem por nós bem recebidas. Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

 A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo a substituição do Ver. Elizandro Sabino, titular da Comissão Representativa, pelo Ver. Paulo Brum, nos dias 16, 17, 23, 24, 30 e 31 de janeiro.

Apregoo a substituição do Ver. Cassio Trogildo, titular da Comissão Representativa, pelo Ver. Alceu Brasinha, nos dias 16, 17, 23, 24, 30 e 31 de janeiro. Sejam bem-vindos, Vereadores.

O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Reginaldo Pujol, muito bem levantado aqui o seu assunto, eu ia tratar deste assunto na Sessão de amanhã. Eu quero dizer que o Fórum Social Mundial, desde a sua criação, ele vem, porque os movimentos sociais, o movimento sindical, a sociedade de esquerda e de centro-esquerda não conseguiam participar do Fórum de Davos, é proibido o acesso, é um fórum restrito a governantes e sequer quiseram fazer um fórum com essas representações.

Foi criado o Fórum Social Mundial, a Força Sindical, a central que eu presido, assim como também sou o Coordenador Nacional do Movimento Sindical do PDT, meu Partido, nós participamos desde a fundação do Fórum Social Mundial, desde o seu início, em todas as suas edições, estivemos em todos os países, em todos os rincões onde ele foi feito.

A única questão é que estamos defendendo, já há algum tempo, desde Belém, que esse Fórum tem de ser mais amplo, tem de ser mais discutido, tem de trazer outras representações. E, este ano, eu me sinto orgulhoso de ver esta Casa aqui dedicar uma tarde para discutir a questão do Fórum Social Mundial. Nós vamos ter um fórum de legisladores que vai ser feito aqui nesta Casa, onde virá representação do Brasil inteiro, em que estarão aqui legisladores de tudo quanto é parte do Brasil discutindo o nosso papel para melhorar a vida da sociedade.

Nós também lutamos muito para que esta Casa aprovasse o mês de janeiro como sendo o período para se discutir, mesmo que a direção do Fórum não o faça aqui, a cidade de Porto Alegre, que recebeu por muito tempo o Fórum, que essa discussão seja feita no mês de janeiro.

Nós, também, estaremos fazendo várias oficinas, uma delas para legisladores sindicais, teremos oficina sobre o meio ambiente, e vamos fazer um evento que temos levado a todos os Fóruns Sociais, que é sobre o mundo do trabalho.

O mundo do trabalho discute as resoluções da OIT, com um trabalho decente, onde se discute um mundo melhor para todos.

Nós estranhamos a atitude da CUT, quando diz que não vai participar do Fórum.

Acho que não podemos ser sectários, não podemos nos negar a discutir com outras pessoas. Nós temos a convicção de que nós estamos buscando um mundo melhor para todos; nós temos a convicção de que queremos uma sociedade mais justa, mais participativa; nós temos a convicção de que a sociedade só vai mudar, quando as pessoas tiverem acesso à saúde, à educação, à cultura, e ao emprego.

Isso não nos impede de sentarmos com o Ver. Reginaldo Pujol e discutir esse assunto. Isso não nos impede de discutir esse assunto com a OAB; isso não nos impede, principalmente, a nossa Central que está lutando para abrir os postos de saúde durante as 24 horas, não só em Porto Alegre, mas em Gravataí, Cachoeirinha, Viamão, Alvorada, enfim, em toda a Região Metropolitana, nas grandes cidades.

Nada nos impede de sentarmos com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. Essa é a divergência. E eu acho que nós não podemos ter divergências de ideias.

Quero saudar, aqui, o nosso líder da Vila dos Papeleiros, que chega aqui, com o seu filho no colo, um forte abraço, paz, e quero dizer que nós queremos discutir as condições de trabalho, a dignidade das pessoas.

Então, eu acho que, participando seja lá de que corrente ideológica for, que o Fórum Social Mundial tem que discutir com convicção que nós podemos construir um mundo melhor para todos, com dignidade para se viver, e que podemos fazer as coisas junto com o Poder Público, junto com a Prefeitura Municipal, junto com a Câmara de Vereadores, com a Assembleia Legislativa, e com todas as pessoas que pensam a cidade de Porto Alegre, o Estado, o Brasil, e o mundo.

Esta é a intervenção da Força Sindical na direção do Fórum, e acreditamos que com força e fé nós vamos construir um novo mundo melhor. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALBERTO KOPITTIKE: Muito bom-dia, Sra. Presidente, Ver.ª Sofia Cavedon, e em seu nome saudando todos os colegas; e, neste exercício, Ver.ª Sofia Cavedon, de diálogo com a Administração Municipal, diálogo e ideias propositivas, venho aqui trazer uma situação bastante grave e urgente. Eu quero aqui apresentar aos colegas e fazer uma saudação aos representantes, que temos aqui, das religiões de matriz africana, em especial à Mãe Maria de Oxum, a quem eu faço aqui a minha homenagem, e tratarei sobre o grande problema que esta grande liderança, esta autoridade religiosa da nossa Cidade, vem sofrendo. Da mesma forma, saudar esta guerreira, a Yá Vera Soares, que é uma liderança histórica da luta do povo negro, e da luta das religiões de matriz africana na nossa Cidade. E é uma pena, Yá Vera, que tenha que ser eu aqui, um homem branco, a trazer essa luta, como porta-voz que, pois, legitimamente, seria a senhora, ou qualquer uma das nossas lutadoras que deveria estar aqui fazendo. A Yá Vera que aqui hoje representa o Fórum Nacional de Comunidades Tradicionais; que saudar também o querido amigo Bábà Diba de Iemanjá, que representa a Rede Nacional de Saúde e o Pai Fernando do Xangô, também grande amigo, do Morro Santa Teresa. Eu trago ao conhecimento dos colegas e peço o apoio para que levem ao Prefeito Fortunati o grave caso pelo qual a Mãe Maria de Oxum vem passando. A Mãe Maria preside um Ilê, uma casa de religião, um templo religioso, como nós de matriz cristã-judaico costumamos dizer, ali na Vila Cruzeiro, na Av. Moab Caldas, por onde vai passar a duplicação da Av. Tronco. E as máquinas estão a menos de um quilômetro da casa da Mãe Maria sem que tenha sido feito um verdadeiro diálogo de reparação do seu espaço religioso, sem que a Prefeitura – dentro de toda a preparação dessa importante obra para a Cidade –, tenha conseguido estabelecer um diálogo de reparação para a manutenção efetiva da Mãe Maria naquela comunidade.

Mais uma vez, Delegado Cleiton, o povo negro dessa Cidade vai ser desterritorializado, eles que já se encontram na Vila Cruzeiro porque foram transferidos há mais de cem anos aqui da Cidade Baixa e do Bairro Rio Branco – que de maneira até pejorativa recebeu este nome – foram procurar abrigo na Vila Cruzeiro, na Bom Jesus, e agora, mais uma vez, em nome de um certo progresso que eu não sei qual seja, porque não há progresso por cima de religiões, por cima de tradições culturais daqueles que mais sofreram ao longo da história do nosso País; mais uma vez o progresso está sendo feito sobre a cabeça do povo negro dessa Cidade e sobre as religiões de matriz africana. Alguém imagina que uma avenida pudesse passar por cima de uma das catedrais de nossa Cidade? Não creio, e não deveria, porque todas as religiões devem ter esse respeito.

O Ilê, o espaço sagrado dessa manifestação religiosa não se faz meramente de paredes, há todo um simbolismo, há todo um sagrado naquele espaço, e que enraíza para toda aquela comunidade por onde já passaram milhares de pessoas; milhares de filhas e filhos ali da Vila Cruzeiro procurando abrigo espiritual na sua casa, abrigo social sob suas mãos, Mãe Maria.

Sei que esse não é um tema de responsabilidade individual do Prefeito Fortunati, creio inclusive que ele nem tenha conhecimento desse assunto, porque eu sei que se ele tiver conhecimento, ele não vai deixar essa injustiça ser cometida contra a senhora...

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alberto Kopittke prossegue sua manifestação, a partir desse momento, em Comunicação de Líder.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Agradeço, Presidente Sofia. Não se trata de nenhuma postura radical, até porque fala aqui alguém que admira o desenvolvimento e o progresso da nossa Cidade. E eu, pessoalmente, vibro com a chegada dos grandes jogos e da Copa do Mundo, conquista essa do povo brasileiro e do Presidente Lula, a conquista da Copa e da Olimpíada. E é por isso mesmo que esse grande evento não pode ser feito com esse custo; mais uma vez, na emergência do progresso do desenvolvimento, as patrolas passam por cima de territórios sagrados da nossa Cidade. É esse o tema que trago aqui. Cito o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres, que muito bem disse, quando fez o seu voto e consagrou a maior reserva indígena do mundo – a Raposa Serra do Sol: que, a partir daquele dia, o País não mais se desenvolveria a custa daqueles que construíram esta Nação. Então, trago aqui este tema; hoje à tarde, Mãe Vera, terei uma reunião com o Diretor do DEMHAB, vou levar a ele essa situação. E aqui ninguém quer se colocar como empecilho para a construção da Avenida. Nós queremos que a Prefeitura dialogue, mas não com o crédito moradia, porque aqui não estamos reivindicando a justa e importante questão da moradia, aqui se trata do processo simbólico sobre a religião de matriz africana e sobre o povo negro. Não é um bônus de R$ 52 mil que vai conseguir reparar isso; são 26 terreiros que estão sendo atingidos pela obra da Copa nesse processo. Inclusive, na construção da 3ª Perimetral – fiz esse resgate – esse processo também ocorreu, mas se fez uma negociação e uma reparação com uma comunidade com um Ilê que se encontrava no percurso da 3ª Perimetral. Cito a obra da Anita Garibaldi, na qual é sabido que o Pároco daquela comunidade se opunha à obra, e, enquanto ele não deu concordância, a obra não teve início, mesmo que a comunidade se mantenha contrária. Por que essas autoridades religiosas também não são ouvidas? Por que tem cor e origem social diferentes? Então, esse é um grande tema que quero trazer, nossa Cidade não pode, mais uma vez, assim como fez com os indígenas lá na chegada dos casais açorianos, quando a região de Porto Alegre foi limpada dos indígenas, e depois com os processos de higienização da Cidade, e agora, com as chamadas obras da Copa. E repito, as obras são muito bem-vindas, e tenho certeza de que toda a comunidade está ao lado do desenvolvimento da Cidade, mas um desenvolvimento no qual nem um metro de asfalto seja feito à custa da tradição e da cultura do nosso povo, do povo negro da nossa Cidade e do nosso País. Então, agradeço e peço o apoio dos colegas da base do Governo para que a gente possa tratar e buscar rapidamente, porque, como eu disse, as obras já estão a menos de um quilômetro da casa da Mãe Maria e eu tenho certeza de que é possível encontrar uma solução de reparação histórica e simbólica sobre esse tema. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO FRAGA: Ver.ª Sofia Cavedon, Presidente dos trabalhos neste momento, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público presente nas galerias, público que nos assiste pela TVCâmara. Dou as boas-vindas ao Ver. Alceu Brasinha, que assume hoje a titularidade na nossa Comissão Representativa, parceiro, nosso guerreiro. Trabalhamos por bastante tempo juntos, tivemos muitas lutas vitoriosas no passado. Eu queria fazer um relato de algumas visitas que consegui fazer nesses dias em que estamos com um pouco mais tempo, porque a Casa não está funcionando a pleno ainda. Estivemos na Vila Farrapos na companhia do Sr. Neves, do seu filho Júnior e da Dona Eti, visitando a Vila Farrapos. Inclusive, Ver. Alceu Brasinha, nosso Governo está muito voltado para aquela área, mas não para a Vila Farrapos, está voltado para o Humaitá por causa do entorno da Arena. Então, estou marcando uma audiência com o Secretário Municipal do Meio Ambiente, Luiz Fernando Záchia; estou marcando uma audiência com o DEP, com o Secretário Tarso Boelter; e também vamos falar com o Secretário Mauro Zacher, novamente. Há muitos bueiros, muitas praças lá na Vila Farrapos, Ver. Brasinha, e eu estou falando porque nós estamos visando mais ao entorno da Arena, lá no Humaitá, mas a parte de cá da entrada está meio abandonada agora.

Faz 15 dias que os novos secretários assumiram, contando a partir do dia 2, e nós estamos dando um crédito, mas estou marcando uma visita, Ver. Brasinha, V. Exa. conhece tão bem aquele local lá, tenho certeza que se eu marcar uma visita V. Exa. nos acompanhará lá na Vila Farrapos, porque o Humaitá a gente já conhece bem, no entorno da Arena.

E também estivemos no Parque São Sebastião, no Lindoia, visitando algumas praças, por causa do verão. Lá na Farrapos é a mesma coisa, de tarde as famílias, graças a Deus, ainda na nossa Cidade, estão conseguindo ir às praças, porque nós temos mais de 600 praças, Delegado Cleiton, nós temos quase 700 praças em Porto Alegre, e não é muito fácil mantê-las.

Então, eu estou pedindo essas audiências com o Secretário da SMam, o Luiz Fernando Záchia, e com o Tarso Boelter, para cuidar, em especial, dessas praças na Vila Farrapos e no Parque São Sebastião, ali no Lindoia.

Na Rua Lila Ripoll, ali na Vila Floresta, também estivemos lá, a comunidade está solicitando um redutor de velocidade, porque as casas são de um lado da rua – é uma rua até que eu não conhecia, conheci há pouco – e do outro lado fica a praça. Então, para as pessoas ingressarem na praça elas são obrigadas a atravessar a Rua Lila Ripoll. Eu estou pedindo um redutor de velocidade, um quebra-molas, alguma coisa, e nós vamos marcar uma audiência também com o Secretário Vanderlei Cappellari, para ver se ele pode nos ajudar nesse sentido.

Saúdo o nosso companheiro Anderson Peres, que está aqui. Eu tenho falado aqui bastante na Av. Juca Batista, V. Sa. que é morador sabe o trabalho que a gente está passando, mas já tivemos uma audiência com o Secretário da SMOV, o Mauro Zacher. As obras estão avançando agora em direção a Belém, tem uma parte de Belém Novo que já foi feita, e agora, se Deus quiser, em 30, 45 dias, vão terminar aquelas obras da Av. Juca Batista, que estão causando um sofrimento para todos nós que moramos não na Zona Sul, mas no extremo da Zona Sul.

E também, amanhã à tarde, vamos visitar, com o Secretário Mauro Zacher, aí, sim, é um problema crônico da nossa Cidade, há quase 30 anos que eu conheço, o Beco da Vitória. Não só eu que conheço, mas todas as pessoas que já estiveram na nossa comunidade, no Extremo-Sul, sabem o quanto é importante o Beco da Vitória para aquela ligação que tem do Lami e da Boa Vista com o bairro Lageado e o Centro de Porto Alegre.

Então, faço este relato para ressaltar que nós estamos aproveitando o tempo que temos aqui, já que as nossas Sessões estão ocorrendo às quartas e quintas-feiras pela manhã, para fazer essas visitas e para atender a nossa comunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Mario Fraga, solicito que V. Exa. conduza aqui os trabalhos para que esta Vereadora possa se manifestar.

 

(O Ver. Mario Fraga assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Fraga): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver. Mario Fraga. Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores; cumprimento a população que acompanha os trabalhos da Comissão Representativa pela TVCâmara. É importante a gente ver que os Vereadores e Vereadoras, mesmo no recesso, estão atuando nos problemas da comunidade, que não cessam no mês de janeiro.

Eu queria, Ver. Alberto Kopittke, reforçar aqui a excelente manifestação de V. Exa., excelente pela forma, mas principalmente pelo conteúdo. Cumprimento as lideranças religiosas, especialmente as representantes responsáveis pelo templo da Mãe Maria.

Na oposição, nós faremos cobranças importantes, principalmente no sentido do respeito que esta Cidade tem que ter com a cidadania mobilizada, com o direito do cidadão, conquistado com muita garra, com muita luta e com muita persistência por Porto Alegre ser uma Cidade para além da democracia representativa, nós aqui afirmamos que a população exerce o seu poder delegado pela Constituição brasileira diretamente, e não só por representantes. Então, o Orçamento Participativo, nesta Cidade, é algo muito sério e tem que ser respeitado. Os nossos fóruns e os conselhos populares, de representação popular, têm que ser ouvidos, respeitados, assim como os movimentos sociais também. E vou lembrar de dois aqui, sendo que um diz respeito à reivindicação que vocês trazem ali da Av. Tronco. Houve um movimento muito forte nesta Cidade, nesses últimos dois ou três anos, de mais de 1.500 famílias – com suas atividades sejam religiosas, sejam de comércio – que serão atingidas pelas obras da Copa naquela Região. Nós fizemos duas Audiências Públicas para que a Prefeitura escutasse, respeitasse e entendesse que havia áreas na Região para que fossem reaproveitadas, realocadas, para que a comunidade não perdesse a sua territorialidade.

Estou surpresa com o problema da Casa Mãe Maria, porque lembro textualmente das palavras do Prefeito – depois de todos esses movimentos no Orçamento Participativo –, que disse que, mesmo que tivesse que atrasar as obras da Av. Tronco, ele respeitaria a comunidade da Tronco e Cristal. Ver. Kopittke, então, eu acrescento aos teus argumentos, que já foram extremamente competentes, que houve promessas e compromissos diretamente com a população nos fóruns de participação direta, seja nas duas Audiências públicas que esta Casa realizou, em 2011, lá na comunidade, seja nas plenárias do Orçamento Participativo, nas inúmeras reuniões que a comunidade vem exaustivamente exigindo e participando lá para ter dignidade, para não ser enxotada de uma área que construiu, de uma área em que sobreviveu, onde construiu a sua riqueza, a sua sobrevivência e as suas relações pessoais.

Então, eu acredito e espero que, a partir da conversa com DEMHAB, Ver. Kopittke... Mas eu também já lhe sugeri, senão evoluir, que se solicite a esta Casa que se faça uma audiência pública lá na Região, porque a gente também dificulta quando faz a comunidade se deslocar para o Centro, porque a passagem é cara. Então, a nossa Bancada está perfilada, eu tenho certeza, neste tema, porque nós não queremos que as grandes obras da Cidade não tragam qualidade de vida para todos, que criem ilhas de prazer e de fruição, e ao redor as pessoas mais pobres e excluídas irem para bem longe, muitas vezes. Aí incluo o tema da Rua Anita Garibaldi, porque nós estamos com uma liderança aqui presente. A obra da Rua Anita Garibaldi pode ser que seja uma obra que venha a beneficiar, mas vou incluir na mesma questão das promessas de campanha e das exigências e respeito à cidadania. O pessoal da Rua Anita Garibaldi, ontem, me entregou o jornal do Bairro Bela Vista, aonde chegou a fazer um apedido ao Prefeito. Os cidadãos que ontem fizeram um piquenique na avenida pedindo para que fossem ouvidos, porque eles querem preservar árvores e querem fazer uma mediação melhor da obra da Anita. E o apedido é simples, diz assim (Mostra jornal.): “Sr. Prefeito, cumpra as promessas de campanha, apresente o relatório de impacto ambiental de vizinhança da obra, mantenha o diálogo com o grupo de trabalho desta comunidade...”

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Fraga): A Ver.ª Sofia Cavedon prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Vereador Alberto Kopittke, da oposição, que está presente, eu agradeço, porque eu quero complementar, fazendo uma outra discussão. Então, vejam, ali há um desrespeito com a população mais pobre, mais carente, que construiu, a duras penas, seu direito de estar ali, de viver a sua religiosidade e de viver, de ter moradia digna. Lá é a classe média, média alta, que também está indignada, porque ela não aceita que a cidade da participação popular, do Fórum Social Mundial, de quatro edições do Fórum e edições temáticas que nós teremos, muito amplas, democráticas e não apropriadas pelo Governo – porque o Fórum é um movimento autônomo – respeitadas pelo Governo. Então, aqui, a classe média alta da Cidade diz que ela não é ouvida, eles se sentem impotentes – nós estivemos lá, tinha vários Vereadores ontem –, sentem-se arrasados pelo Poder Público, porque a obra vem, a obra não está a um quilômetro lá, já está do lado. E o que caracteriza, na verdade, é uma traição à vocação que a cidade de Porto Alegre construiu, que marcou e inscreveu a cidade de Porto Alegre no mundo. Uma democracia da Europa, que era uma democracia envelhecida, desestimulada, que é uma democracia que não é a real e que não incide sobre a vida, tanto que a gente está assistindo às soluções da crise na Europa passarem por cima da fala, da manifestação popular. Aqui em Porto Alegre nós reinventamos a democracia. Está aqui o Guarnieri, de tantos anos de movimento social, Guarnieri, que tristeza a gente ver as propostas de mudança no Orçamento Participativo para, de dois em dois anos, construírem-se as deliberações da sociedade. E hoje a gente enxerga, no espectro, a drenagem dos recursos para as áreas estratégicas deste Governo, e a gente percebe que o estratégico deste Governo é o fomento, a especulação das áreas mais nobres. Eu coloquei, no dia dois de janeiro, as áreas mais nobres em que as comunidades pobres arranjaram um jeito de viver e sobreviver, porque eram áreas degradadas, as áreas centrais da Cidade. As nossas vilas centrais da Cidade permaneceram no Centro da Cidade sobrevivendo, lutando. Hoje, há um movimento mundial de retomada dessas áreas, para quê? Para especulação imobiliária, para o enriquecimento, os grandes negócios, os grandes eventos. Nós gostamos deles, desde que eles tragam cidadania, qualidade de vida, desenvolvimento para a Cidade em seu todo, harmonia; porque o gueto... nós sabemos o que o gueto faz, nós sabemos o que as nossas casas de religião fazem de blindagem quando o gueto se instala, e a violência, Ver. Kopittke – que eu sei que tu trabalharás com muita competência – toma conta, porque o estado paralelo toma conta. Então, nós queremos uma Cidade miscigenada, nós queremos convivência do pobre com o rico, igualdade de tratamento, redistribuição através do Estado público, e não a acumulação dos já privilegiados no Estado público.

E, por fim, quero dizer que se não cumprem as promessas de campanha, lembro do chave por chave: só saiam do seu templo se forem para um templo adequado no espaço e no território que vocês conquistaram. Porque o chave por chave, Ver. Kopittke, aqui tenho até o emblema, foi compromisso do Prefeito a partir da luta da Região. Então, essa promessa ele tem que cumprir, senão é estelionato eleitoral, e nós temos isso gravado! Essa não foi uma fala em um canto, em uma esquina.

Encerro dizendo que outros compromissos, esses sim, ele cumpre, a acomodação dos vários partidos, dos aliados, a ampliação; há uma indignação pela Cidade, pela Prefeitura, pela ampliação de número de CCs – e esse compromisso o Prefeito está cumprindo. Criou uma centena de CCs no final do ano, mais três secretarias acomodando os cargos políticos, chega o jornal a colocar (Lê.): “Fortunati acomoda aliados no segundo escalão”. E o segundo escalão, senhores, Secretários Adjuntos para microssecretarias com salários volumosos, para pequenas Secretarias compostas só de CCs e sem orçamento.

Então, nós estamos aqui para construir, Ver. Kopittke, com a cidadania ativada, que tem que ser respeitada em Porto Alegre. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Fraga): Obrigada, Vereadora. Solicito à Ver.ª Sofia Cavedon que reassuma a presidência dos trabalhos.)

 

(A Ver.ª Sofia Cavedon reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, eu só queria deixar bem claro aqui que não concordo em nada que a Ver.ª Sofia Cavedon falou em Comunicação de Líder, pela oposição, a não ser o caso da mãe Maria que eu não conheço. Mas eu gostaria de conhecer, inclusive de fazer uma visita, se possível, de imediato, em sua casa. Porque eu não posso admitir aqui, Ver. Janta e Delegado Cleiton, que uma situação dessas caia aqui, hoje, dia 16 de janeiro, Ver. Brasinha, e não tenha sido discutida no Governo e essa obra esteja sendo feita! Com todo respeito que V. Exa. me merece, Ver. Kopittke, as obras da Copa estão sendo discutidas há mais dois anos, três anos, e quem sabe até mais. Eu queria me inteirar do fato, por isso que naquele primeiro momento eu não havia falado. Eu quero me inteirar do fato, eu acho que tenho condições de tentar ajudar, assim como todos os Vereadores aqui. Inclusive a Ver.ª Sofia falou sobre a intenção de ajudar. Eu acho que o momento não é de criticar o Governo, até porque o Governo do Fortunati – o Governo do PDT –, hoje, está fazendo 15 dias. O Governo do PDT, que é o meu Governo, tem 15 dias! E eu não acredito, porque conheço muito bem o Prefeito, e a Ver.ª Sofia Cavedon o conhece há muito mais tempo! Porque de injusto não podemos chamá-lo! E eu o conheço pouco – faz 12 ou 13 anos que conheço o Prefeito Fortunati –, mas a Ver.ª Sofia Cavedon o conhece há mais tempo que eu! E chamá-lo de injusto, eu não admito aqui! Não admito a Vereadora ter se expressado daquela maneira, porque eu estava da presidência dos trabalhos e ofereci o tempo a ela. A nossa lógica aqui é falar; esta tribuna, esta Câmara é para falar e para ajudar a comunidade! E eu não acredito que um Governo que tenha entrado agora venha para prejudicar a comunidade! Então, neste momento, como Vereador desta Casa, eu gostaria de me colocar à disposição de V. Sas., para fazer uma visita lá, amanhã, tomar conhecimento da situação e ver o que podemos fazer. E essa visita não é só minha, quem quiser pode nos acompanhar. Eu não conheço a casa, mas pode ser que outros Vereadores conheçam a casa e saibam da situação. Há pouco o nosso companheiro Gil Almeida, que é o assessor direto do Prefeito, eu também vou convidá-lo para irmos lá e vermos o que a gente pode fazer, amanhã à tarde, qualquer hora é hora para mim, para fazermos uma comissão de Vereadores, Kopittke, Clàudio Janta, Brasinha, Ver.ª Lourdes, para irmos visitar. E eu me coloco com o PDT, com o Delegado Cleiton e com o Janta para intermediarmos essa locução.

Só queria dar essa explicação sobre o que a Ver.ª Sofia falou sobre o nosso Governo. E falar sobre cargos e secretários adjuntos, mesmo que vocês não tenham nada a ver, o PT começou isso. Ora, quantos Partidos existem no Governo Federal? Quem é o Vice-Presidente deste País? É o Michel Temer, do PMDB, Vereadora! A senhora falar sobre criação de cargos! O Governo Lula, em oito anos, criou mais de 25 mil cargos! Vou repetir o número: não são mil, estou falando em 25 mil CCs no Brasil! Outra coisa: este Vereador não é contra criação de cargos, porque todas pessoas que vão para lá, com raras exceções, vão para trabalhar.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Minha querida Ver.ª Sofia Cavedon, minha companheira de visita ontem aos hospitais de Porto Alegre, hoje presidindo esta Sessão, em seu nome cumprimento os demais colegas, senhoras e senhores. Gostaria de cumprimentar, saudar e mandar um axé para a Mãe Vera Soares, coordenadora do Fórum Nacional de Matriz Africana, a Mãe Maria; o Pai Fernando de Xangô, a Mãe Eva de Xangô, Janaína de Ogum, e demais religiosos aqui presentes.

Eu quero falar hoje sobre a nossa visita aos hospitais Beneficência Portuguesa e Vila Nova, mas não irei me furtar de falar, Ver. Kopittke – e inclusive quero cumprimentá-lo pela iniciativa –, que nós temos muitas lutas a serem enfrentadas e debatidas neste Plenário em relação ao povo negro. Nós temos que trabalhar em cima das comunidades quilombolas.

E, Vereadores Alberto Kopittke e Sofia Cavedon, nós, que temos aqui como marca maior de nosso mandato a segurança pública, temos de falar também da violência contra jovens negros. De 60% a 70% do número de homicídios na cidade de Porto Alegre e no Rio Grande do Sul é relacionado a jovens negros. E isso também é matéria de manifestação que iremos debater aqui nesta Casa. O povo negro, com certeza, Vereadora, será representado aqui nesta Casa, e não só por mim, mas por todos os Vereadores que respeitam a dignidade humana. E não acho, Ver.ª Sofia Cavedon, que o Prefeito Fortunati simplesmente tenha criado microssecretarias. Até podem ser microssecretarias, mas são secretarias importantes. Eu não acredito que, por exemplo, que a Secretaria Adjunta que trata das causas das mulheres, ou das causas dos idosos e principalmente das causas do povo negro, criada dentro da Secretaria de Direitos Humanos, seja micro, seja insignificante ou que não deva ter uma participação e uma representatividade no nosso Município.

Gostaria de dizer, Mãe Maria, que pode contar com este Vereador. Inclusive, gostaria de conversar pessoalmente com V. Sa. para que possamos levar o assunto ao nosso Prefeito, que tanto respeita as religiões de matriz africana. Nesta semana, participei da lavagem das escadarias da Prefeitura, ato que já vem há três anos, e, em conversa com o Prefeito, ele declara – não por estar conversando comigo, um representante negro desta Câmara –, mas declara um grande respeito...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. DELEGADO CLEITON: ...Até gostaria de adiantar alguns trabalhos que nosso Gabinete está planejando, inclusive saiu matéria sobre algumas pessoas que estão reclamando das religiões e das oferendas que são colocadas em exposição em alguns lugares. Nós estamos encaminhando um indicativo para o Prefeito Municipal para que seja criado um parque de eventos, para que possamos trabalhar e ter segurança na nossa religião, religião de matriz africana. Um axé a todos, e segurança e paz a todos aqui presentes. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nosso cronômetro corta a voz e os novos Vereadores terão de se acostumar. Estamos segurando o tempo, não é fácil, mas é bom porque democratiza para que todos falem o mesmo período de tempo.

O Ver. Waldir Canal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WALDIR CANAL: Bom-dia a todos, Sra. Presidente, Ver.ª Sofia Cavedon; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, venho à esta tribuna registrar um fato importante que aconteceu na semana passada, que foi a visita do Ministro Marcelo Crivella, já referida pelo Ver. Janta, um marco importante na política do Brasil no que diz respeito à pesca, algo que não havia ainda sido implementado no Brasil, que é a linha de crédito para os pescadores, para os que vivem da pesca profissional e artesanal. O Plano Safra, que o Ministro trouxe e lançou aqui no Rio Grande do Sul, pretende beneficiar diretamente cerca de sete mil pescadores, com linha de crédito para a criação de tanques de pesca, investimento em equipamentos, investimento para que possa aumentar a produção do peixe, para que haja uma maior oferta.

O peixe, conforme pesquisas e levantamento do próprio Ministério, tem sido um alimento até caro, não frequenta a mesa dos brasileiros por causa da falta de investimentos para esse setor. O Brasil é um dos maiores consumidores de carne, o Rio Grande do Sul é o campeão no consumo de carne de gado e frango. E isso tem contribuído também para o aumento de doenças, são vários casos registrados nos hospitais por causa da gordura, por causa dos problemas decorrentes do consumo exagerado da carne vermelha. O peixe é um alimento que, além de fazer bem à saúde, ecologicamente ajuda a natureza. Então, o investimento do Governo Dilma, através do Ministério da Pesca, vem ao encontro desse setor, que durante muito tempo foi esquecido, abandonado. Muitos até perguntavam qual a importância de um Ministério para tratar sobre a pesca? Ora, em outros países, a pesca é tratada com seriedade, porque o investimento, a economia de muitos países estão baseados na pesca, com investimento do Poder Público. No Brasil, até então, vinha sendo esquecido. Quando falamos em pescadores, nós falamos daqueles que produzem saúde para a mesa. Com o Brasil sem Miséria, que é uma linha de crédito, o Brasil vai tirar cerca de cem mil famílias de pescadores da miséria, da mais total miséria. O pescador, no período do defeso, ganha R$ 80,00. Ele não pode pescar. Ele ganha R$ 80,00 para manter a família. Então, se ele não conseguiu produzir e não conseguiu fazer uma economia para passar esses meses, ele não vai conseguir subsistir.

Então, eu quero parabenizar o Ministro Crivella, a nossa Presidente Dilma, todos do Ministério da Pesca por essa iniciativa, pois são R$ 4,1 bilhões que estarão à disposição dos pescadores, e, aqui no Rio Grande do Sul, os pescadores já estão fazendo uso desse crédito para embarcações, melhorias de equipamentos para conservação do peixe, enfim. Então, eu vim aqui fazer esse registro importante e parabenizar aqueles que estão contribuindo para o progresso do nosso Brasil, tirando os brasileiros da linha da miséria, os brasileiros esquecidos e injustiçados. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Ver.ª Sofia, que preside os trabalhos, Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, eu gostaria de trazer três temas à tribuna na manhã de hoje, mas penso que o tempo talvez não seja suficiente para tratar de questões tão importantes. Começo, portanto, pela reivindicação trazida pelo Ver. Kopittke em relação à Casa da Mãe Maria. Acho que isso é extremamente complicado, porque a nossa solidariedade também tem que se refletir em ações. Nós devemos reposição em relação à liberdade de culto, ao direito do povo de se organizar, e acho bem que tenham feito a lavagem da escadaria da Prefeitura. Agora, não adianta lavar a escadaria da Prefeitura e, no mesmo mês, querer derrubar a Casa de uma mãe de santo que tem 90 anos! Nós estamos falando de uma casa reconhecida pela comunidade e reconhecida pelo povo da religião.

Nós estamos falando de uma mãe de santo que tem 90 anos de idade, que está prestes a perder o seu altar, o seu local de culto em nome de uma obra extremamente complicada do ponto de vista democrático. Nós sabemos – e a Ver.ª Sofia, quando Presidente da Câmara, acompanhou com muita diligência essa Pauta – que todos os acordos feitos com a comunidade, no caso a duplicação da Av. Tronco, Ver. Sofia, estão sendo descumpridos; o movimento chave por chave está sendo descumprido, e já há edital para construção de casa de passagem, aquilo que a comunidade havia derrubado com a sua mobilização, tendo o acordo, a palavra da Prefeitura Municipal durante o Orçamento Participativo no ano de 2012.

Independentemente dessas questões que mostram um extremo desrespeito ao direito à moradia de 1.400 famílias que estão sendo atingidas e além do bônus-moradia, dos terrenos licitados pela comunidade na região, a comunidade que construiu e valorizou aquela área da Cidade, que agora é a menina dos olhos da especulação imobiliária, que quer, a partir de 30 anos de suor, mobilização, conquistas da comunidade, construir enormes espigões, e a população ser transferidas para áreas longínquas... Existem terrenos da região que foram umas das conquistas do movimento, e nós saudamos essas conquistas, mas um dos acordos era que a chave da casa que seria derrubada para a duplicação da Av. Tronco seria trocada pela chave da nova casa. E isso não está sendo comprido; isso é extremamente complicado e pode ser objeto de outro pronunciamento. Eu acho que nós devemos ter uma posição oficial da Câmara de Vereadores em relação à liberdade de culto e à Casa da Mãe Maria. Acho que nós não podemos, simplesmente, tratar a política como a política do fato consumado: está no traçado, não podemos fazer nada. Eu tenho certeza de que, se a obra passasse por cima de uma igreja católica, vários se manifestariam no mesmo sentido, porque é um local de culto de milhares de pessoas e fiéis que exercem a sua religião; se passasse em cima de uma igreja evangélica, teria também a manifestação favorável de vários Vereadores. Eu espero que, no caso da Casa Mãe Maria, da expressão desta religião, da forma de organização, a Câmara também mostre que é respeitosa, plural, diversa, que respeita todas as opiniões e não aceita a política do fato consumado. Não acho que nós possamos apenas fazer pronunciamentos; eu digo sempre que a prática é o critério da verdade. Que bom que se lavou a escadaria! Então, nós queremos o mesmo respeito e a mesma diligência à Casa Mãe Maria. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(O Ver. Dr. Thiago assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Fernanda.

Eu quero aproveitar e convidar o conjunto dos Vereadores presentes – Ver.ª Fernanda, Ver.ª Lourdes, Ver. Cleiton, Ver. Brasinha, Ver.ª Sofia – para, agora, em poucos minutos, irmos até a entrada, para a abertura da Exposição Drummond, que é um conveniamento da Escola do Legislativo com o Banco do Brasil. Então, convido, de antemão, todos os Vereadores.

Quero agradecer à Ver.ª Lourdes, ao Ver. Cleiton, à Ver.ª Sofia pela presença, ontem, junto às atividades da Presidência, na visita ao Hospital Vila Nova e Parque Belém; o Ver. Paulinho estava presente também. Hoje, Ver.ª Fernanda, Ver.ª Sofia – o Ver. Brasinha já está convidado –, foi o 1º Fórum da Cidadania, quando pudemos discutir vários temas das comunidades e encaminhar para as Comissões pertinentes, então fortalecendo as Comissões Permanentes da Casa.

O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PAULINHO MOTORISTA: Bom-dia a todos! Bom-dia, Presidente, aos demais Vereadores, à comunidade que está presente, é importante que a comunidade compareça para trazer os problemas da sua região. Muita coisa não chega até nós, e a gente fica sem condições de tentar resolver, porque nós, às vezes, somos os últimos a saber dos problemas da comunidade. Ontem fizemos visitas aos hospitais Beneficência e Vila Nova, para dar uma olhada como estão sendo trabalhados. E nós percebemos que, às vezes, eles querem trabalhar, mas não têm estrutura. E nós vamos tentar fazer o possível para que as emergências sejam mais eficientes para a comunidade, com aparelhagens, estrutura, que, às vezes, faltam – foi anotado, ontem, na visita que fizemos. E nós estamos aqui para trabalhar com a comunidade, seja da Zona Sul ou Zona Leste, não interessa; são porto-alegrenses, Cidade onde fomos eleitos para defender a população.

Sábado, eu estive fazendo uma visita numa obra que está sendo feita no Beco da Vitória, no asfalto; estivemos olhando, à tarde, falamos com a comunidade. E eu fico feliz, porque o nosso Exmo. Ver. Mario Fraga, que é da Zona Sul, marcou uma visita para sábado, com o Secretário, para fiscalizar a obra. E nós estamos aqui para fazer esse tipo de trabalho: fiscalização. É obrigação nossa, como eleitos, fiscalizar o problema da comunidade.

E o Mario se empenhou de fazer uma visita, no sábado, isso aí vai ser importante o Secretário da SMOV comparecer para olhar as coisas erradas que estão acontecendo naquela obra.

Eu estive lá, no sábado passado, e verifiquei muitas coisas erradas: a obra está muito demorada, está fechada a rua, os comerciantes estão sofrendo com esse tipo de coisa, então, nós temos que fiscalizar para ver o que é que está acontecendo.

É uma obra de pouco espaço e a comunidade não pode esperar pela boa vontade de que se termine aquela obra, porque a população está sofrendo com isso, o ônibus não está passando pelo Beco da Vitória, o ônibus está fazendo uma volta, e o passageiro tem que caminhar quilômetros para pegar o ônibus, porque a rua está trancada, e isso dificulta a vida da comunidade; e a comunidade não pode mais ficar esperando.

Então, o nosso Vereador Mario Fraga vai fazer uma visita com o Secretário, e isso é o mínimo que nós podemos fazer, porque fomos eleitos por vocês.

Então, a comunidade tem que estar presente, trazendo as suas reivindicações, colocando as suas dificuldades, não é que a gente possa resolver tudo, seria mentira eu dizer que chegando aqui a gente resolve tudo, não é Ver.ª Fernanda? Mas a gente trabalha para isso. Estamos aqui para tentar resolver o máximo dos problemas das comunidades.

Eu me orgulho de ser morador de Porto Alegre, me orgulho de ter sido eleito por Porto Alegre, e estou sempre à disposição, junto com os meus companheiros, com o nosso Presidente também, e estaremos sempre à disposição de vocês, com toda a humildade para atendê-los, porque com prepotência não se consegue nada, e não se vai a lugar nenhum.

Um abraço a todos. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Não há mais inscritos.

Então, convido todos os Vereadores presentes a prestigiarem ali no saguão a exposição Drummond - Banco do Brasil, a partir de agora.

Mais uma vez, agradeço a todos pela presença no Fórum da Cidadania, agradeço às comunidades, e quero dizer que essas demandas podem acabar fazendo parte desse Fórum da Cidadania, basta marcar com a Presidência desta Casa, e com os Vereadores, que teremos o maior prazer em receber a todos.

Um forte abraço. Obrigado.

Estão encerrados os trabalhos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Reunião às 11h14min.)

 

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